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"Montanha de Mim": Artista Renata Egreja celebra força feminina e cultura caipira em exposição em São Paulo

Publicada em: 16/07/2025 09:03 - Famosos

A paisagem bucólica da fazenda onde vive, em Ipaussu (SP), é a principal fonte de inspiração para a artista plástica Renata Egreja, que transforma sua conexão com o campo em obras que exaltam a força da mulher e a autêntica cultura caipira. Nascida em uma família de agricultores do centro-oeste paulista, Renata estudou em Paris, onde foi premiada pela Université Paris-Dauphine, e agora apresenta sua exposição "Montanha de Mim" em São Paulo. Com curadoria de Marina Bortoluzzi, a mostra fica em cartaz até 9 de agosto, no espaço Fonte, no bairro Vila Madalena.

Um olhar poético sobre o agro

Em entrevista ao g1, Renata explica que sua arte busca retratar o interior paulista e a cultura agrícola de forma positiva e sensível. "É um outro olhar sobre o agro. Quis mostrar essa realidade de um jeito poético", afirma. Em um momento em que o agronegócio é frequentemente associado a conflitos ambientais e políticos, a artista ressalta o papel transformador das mulheres no campo:

"A presença de mulheres líderes faz a diferença. Elas contribuem com humanização, sustentabilidade e segurança alimentar nas zonas rurais."

Raízes e ancestralidade

A exposição reúne 24 trabalhos, entre pinturas e objetos, resultado de 16 anos de trajetória artística sempre ligada à herança rural. Renata cresceu entre plantações, deixou a fazenda aos 14 anos e retornou duas décadas depois, em 2019, para viver com o marido e as duas filhas no mesmo local onde sua avó materna criou raízes.

Seu ateliê funciona na casa-sede da propriedade, que preserva mais de 100 anos de história. Além de produzir arte, Renata cultiva cana-de-açúcar e soja e recebe estudantes para visitas agendadas, promovendo um diálogo entre arte e agricultura.

"Sempre pintei, desde criança. Esfregava flores no papel para criar cores. A natureza do interior paulista evoca sentimentos únicos, como o pôr do sol, que tem cores especiais no céu do centro-oeste", conta, citando também a influência de Tarsila do Amaral.

O ciclo do matriarcado e a expansão criativa

Voltar à fazenda representou para Renata o fechamento de um ciclo marcado pelo matriarcado — iniciado com sua avó e consolidado com o nascimento de suas filhas. "A presença da minha avó e da minha mãe sempre foi muito forte na minha vida", revela.

A curadora Marina Bortoluzzi, fundadora da plataforma Women on Walls (WOW) — que reúne artistas mulheres de todo o mundo —, destaca a evolução da obra de Renata:

"Se antes sua narrativa era permeada por códigos íntimos da domesticidade feminina, agora sua poética é telúrica, ecoando vozes silenciadas de várias épocas e abrindo caminho para uma identidade coletiva ligada à ancestralidade."

A rotina de uma "operária das artes"

Autodenominada "operária das artes", Renata mantém uma rotina disciplinada: trabalha no ateliê pela manhã, interrompe para cuidar das filhas e do almoço, e retoma à tarde. "A mulher artista também precisa conciliar a maternidade no Brasil", reflete.

A exposição "Montanha de Mim" chama a atenção pelas quatro telas monumentais que dominam o espaço, além de outras 20 obras em técnicas variadas, como óleo, acrílica, pigmentos naturais, purpurina e cerâmica. Cada peça carrega a essência da vida no campo, transformando memórias em arte.

Serviço:
📌 Exposição "Montanha de Mim"
📍 Espaço Fonte – Vila Madalena (SP)
🗓️ Até 9 de agosto
🕒 Visitação com horários a confirmar

Redação Broto News com informações de Mário Policeno (g1 Bauru) e Marília

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